3 de dezembro de 2015

O pedido de Impeachment de Dilma Roussef e a internacional socialista da corrupção


Fonte: Revista VEJA

As minhas atenções no Reparo de hoje voltam-se para o Brasil e para a imensa crise política que, nestes últimos dias, alcançou uma gravidade extrema naquele país, suscitando o interesse de milhares de portugueses que acompanham de perto a política brasileira.


Essa crise reflecte as dificuldades da esquerda na América Latina e poderá ter consequências em Portugal, já que se traduziu em manifestações que levaram milhões de brasileiros às ruas, em centenas de cidades, para protestar contra a esquerdização do País.

          O ex-Presidente Lula da Silva e o seu Partido dos Trabalhadores foram apresentados durante muito tempo como verdadeiros ícones da esquerda. De uma esquerda ética e preocupada com os pobres. Aliado e grande defensor da revolução bolivariana de Hugo Chávez, Lula fazia parte dos chefes de Estado sul-americanos alinhados com o Socialismo do século XXI. Essa situação prolongou-se nos governos da actual Presidente Dilma Rousseff, uma herdeira política e protegida do ex-Presidente.

          Mas, como costuma acontecer com as aventuras de esquerda, o populismo demagógico de um Estado cada vez mais “assistencialista” e de uma economia cada vez mais sobrecarregada de impostos e mais estatizada, conduziram o Brasil a uma grave crise económica. Economistas de renome referem, apresentando dados, que o Brasil está no caminho da depressão económica.

          Entretanto, o factor mais grave na crise política brasileira foi a imensa e avassaladora máquina de corrupção montada pelo Partido dos Trabalhadores, sob as presidências de Lula e Dilma, em diversas frentes do Estado. Os tribunais têm apontado, nos julgamentos já realizados, que essa máquina se destinava a financiar a perpetuação de um projecto autoritário e ideológico de poder.

Há dias um dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, em sessão oficial, afirmava que o Brasil está a ser governado por uma verdadeira organização criminosa. É bom relembrar que diversos dos mais altos dirigentes do Partido dos Trabalhadores estão presos e que alguns delatores declararam à Justiça que as milionárias máquinas de corrupção irrigaram ilegalmente os cofres das campanhas presidenciais de Lula e Dilma, bem como do Partido dos Trabalhadores.

          Ontem, o Presidente da Câmara dos Deputados, decidiu acolher um dos pedidos de Impeachment, ou seja, de destituição da Presidente Dilma Rousseff, abrindo-se assim uma nova fase de instabilidade política.

           Há uma semana tudo parecia encaminhar-se para a estabilização da crise e para o afastamento da perspectiva do Impeachment, o que foi celebrado publicamente por Lula. Mas a revelação de uma gravação em que um Senador, líder do governo no Senado, íntimo de Dilma e Lula, tramava a fuga do País de um dos principais delatores dos crimes de corrupção, envolvendo a Presidente e o ex-Presidente, e prometia um conluio com diversos ministros do Supremo Tribunal Federal para anular toda a operação da Justiça, conhecida como Lava-Jato, causou um terramoto no mundo político. Num facto inédito na história da República brasileira, um Senador foi preso no exercício do mandato. E as investigações aproximaram-se muito da pessoa de Lula da Silva.

           A possibilidade de Impeachment da Presidente Dilma Rousseff, a derrocada do Partido dos Trabalhadores e da denúncia do ex-Presidente Lula e de pessoas muito próximas, além de ter um potencial devastador na cena política brasileira, pode também ter fortes repercussões no mundo político português.

           Segundo órgãos de imprensa brasileira, diversos dos esquemas corruptos que envolvem o Partido dos Trabalhadores e o seu chefe máximo, Lula da Silva, estendem-se além-fronteiras e mantêm fortes vínculos com esquemas investigados actualmente em Portugal e que levaram à prisão preventiva do ex-Primeiro Ministro José Sócrates.

Há já quem fale de uma verdadeira internacional socialista da corrupção.

A ver vamos!




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